
Multas de até R$20 milhões e danos reputacionais irreparáveis. Esse é o risco que os operadores do iGaming enfrentam por falhas na comunicação de operações suspeitas ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Com o alto volume de transações no setor, controles internos eficientes deixaram de ser uma opção e se tornaram uma questão de sobrevivência.
Este guia apresenta uma metodologia baseada nos 5 W's para sistematizar o processo de identificação, análise e reporte de operações atípicas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
O desafio no setor de iGaming não reside na escassez de dados, mas em sua abundância. Diante disso, o objeto do reporte à Unidade de Inteligência Financeira pode não ser uma transação isolada, mas o conjunto de comportamentos que configuram atipicidade em relação ao perfil do cliente.
Caracteriza-se por depósitos fracionados e concentrados em curto intervalo temporal. O padrão típico inclui subsequente inatividade ou apostas de baixo risco, indicando tentativa de mascarar a origem dos recursos.
Manifesta-se através de perdas sistemáticas em jogos peer-to-peer para o mesmo oponente, sem racionalidade econômica aparente. Configura transferência indireta de valores entre participantes. Essa ação costuma ser mais comum na “Bet Exchange”
Grupos de usuários apresentando padrões de apostas idênticos em eventos de baixa liquidez, sugerindo atuação coordenada ou manipulação de resultados.
Sequência característica: depósito volumoso, aposta única de risco mínimo (odds próximas a 1.00) e solicitação imediata de saque. A plataforma é instrumentalizada para dificultar o rastreamento da origem dos recursos.
A implementação de sistemas automatizados de detecção reduz significativamente o tempo de identificação dessas tipologias, permitindo análise em near real-time.
O processo de KYC (Know Your Customer) constitui a primeira linha de defesa. No ambiente digital, a validação de identidade demanda múltiplas camadas de verificação. É a matéria prima para uma boa política de prevenção à lavagem de dinheiro.
Verificação obrigatória de CPF/CNPJ, nome completo e data de nascimento junto a bases oficiais. Inconsistências nesta etapa devem impedir a abertura da conta.
Trata-se do mapeamento de conexões entre contas através de dispositivos, endereços IP, métodos de pagamento e dados biométricos. A identificação de múltiplas contas operadas pelo mesmo indivíduo é indicativo relevante.
Verificação contínua em listas de Pessoas Politicamente Expostas (PEPs), sanções internacionais (OFAC, ONU, UE) e registros de mídia adversa. A classificação de risco deve ser atualizada periodicamente.
Investigação de indícios que sugiram atuação em nome de terceiros, especialmente em casos de movimentações incompatíveis com o perfil socioeconômico declarado. Indentificar o beneficiário final é uma das principais tarefas do time de PLD dos operadores de apostas.
A Legislação vigente estabelece prazo de 24 horas após a conclusão da análise para efetuar a comunicação de operação suspeita ao Coaf. Considerando que operações de iGaming funcionam ininterruptamente, processos dependentes de horário comercial representam risco de conformidade.
Evento ocorre durante a madrugada → Detecção na manhã seguinte → Investigação iniciada → Elaboração do relatório → Submissão no fim do expediente. Tempo total (estimado): 14+ horas de exposição.
Evento ocorre → Alerta gerado instantaneamente → Pré-análise automatizada em menos de 30 segundos → Analista valida conclusões → Submissão.
Tempo total: redução superior a 90%, garantindo o cumprimento do prazo de 24 horas do COAF com folga.
O único canal válido para comunicação de operações suspeitas é o Sistema de Controle de Atividades Financeiras (SISCOAF). Comunicações por e-mail, ofício físico ou telefone não possuem validade regulatória. No caso do mercado de apostas, a Portaria SPA/2024 também prevê que tal comunicação seja encaminhada à Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.
Além disso, o preenchimento manual do formulário SISCOAF está sujeito a erros de digitação, omissão de campos obrigatórios e inconsistências de formatação.
Qualquer dessas falhas pode comprometer a validade da comunicação ou gerar demandas adicionais de esclarecimento.
Optar por ferramentas que estruturam os dados no formato exigido pelo sistema reduz significativamente a incidência de erros formais e agiliza o processo de comunicação.
A fundamentação representa o elemento mais crítico da comunicação. Justificativas genéricas ("valores elevados", "comportamento suspeito") são inadequadas e podem ser rejeitadas. A narrativa deve estabelecer claramente a atipicidade em relação ao comportamento esperado.
Estrutura recomendada:
"Cliente identificado como [nome], CPF [número], cadastrado em [data]. Histórico transacional indica depósitos mensais médios de R$ 800,00, com apostas distribuídas em múltiplos eventos esportivos."
"Em [data], no período entre 03:15 e 03:45, a conta recebeu 15 depósitos via PIX, originados de 12 CPFs distintos, totalizando R$ 28.500,00 - valor 35,6 vezes superior à média mensal histórica."
"Às 03:50, imediatamente após a consolidação dos depósitos, o saldo integral foi alocado em aposta única em evento de e-sports com odds de 1.02. Após liquidação, solicitação de saque no valor de R$ 29.070,00."
"O padrão identificado é compatível com a tipologia 'Pass-Through', na qual a plataforma de apostas é utilizada para dificultar o rastreamento da origem e destino de recursos.
A operação destoa integralmente do perfil transacional estabelecido para o cliente, configurando quebra abrupta de padrão comportamental sem justificativa aparente."
Pare de reagir. automatize sua conformidadeA efetividade do programa de prevenção à lavagem de dinheiro no setor de iGaming depende da capacidade de processar volumes transacionais elevados mantendo precisão analítica. Estruturas exclusivamente manuais apresentam limitações evidentes de escala e tempestividade.
Por esse motivo, a adoção de soluções tecnológicas adequadas não apenas mitiga riscos regulatórios, mas demonstra comprometimento institucional com a integridade do mercado, elemento cada vez mais valorizado por investidores, parceiros comerciais e autoridades reguladoras.
As empresas que antecipam requisitos de compliance, em vez de apenas reagir a eles, posicionam-se estrategicamente em um ambiente regulatório em evolução.
Diante disso, nossa tecnologia avançada transforma o compliance de um centro de custo em uma vantagem estratégica.
Imagine sua equipe começando o dia sem aquela pilha de alertas para investigar manualmente. Seu diretor de compliance abre o dashboard e vê: zero atrasos, zero reportes pendentes, zero exposição regulatória.
Enquanto seus concorrentes ainda explicam ao COAF porque perderam prazos, você recebe a notificação de uma licença aprovada em tempo recorde. Os investidores perguntam sobre seus controles, e você apresenta métricas que brilham os olhos: 99,7% de precisão, análise de 2 milhões de transações mensais, equipe enxuta focada em estratégia.
Sua plataforma cresce 300% no próximo trimestre. Mas seu time de compliance não precisa triplicar. A IA escala junto, silenciosamente, enquanto você foca no que realmente importa: expandir o negócio com a tranquilidade de quem sabe o que está protegido.
Esse futuro não é opcional. É operacional.
Agende uma demonstração e veja sua operação funcionando neste novo patamar.
SPA firma parceria com a Rede-Lab para fortalecer ações contra lavagem de dinheiro e aumentar a transparência no setor de apostas.
Confira os bastidores e os principais insights do evento que reuniu SPA, Coaf e o mercado de apostas para debater o futuro do compliance e da PLD no Brasil.
Uma boa Comunicação de Operações Suspeitas começa antes mesmo de uma atividade estranha chamar a atenção do time de PLD da casa de apostas.
PEP, ou Pessoa Exposta Politicamente, é um termo amplamente utilizado no contexto de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD), mas muitas vezes cercado de receios.


KYC com a maior conversão do Brasil.